Mulher loira e camisa social azul com a mão no ombro de um homem também de camisa social azul, que só pode ser visto parcialmente na foto, demonstrando empatia e acolhimento.

Como lidar com empatia com os primeiros sintomas de demência

É muito comum que quando recebemos um diagnóstico de demência ou Alzheimer na família, corrermos para acompanhar a nova rotina de remédios, visitas aos médicos, contratação de um cuidador ou adaptação das nossas próprias agendas às necessidades do parente acometido. No entanto, nesses primeiros momentos de transformação e, porque não, mudança de vida, muitas vezes esquecemos do principal: empatia com primeiros sintomas da demência.

Logo que minha mãe começou a apresentar os primeiros sintomas de demência vimos mudanças de humor, pequenos esquecimentos que pareciam bobagem e uma dificuldade repentina para realizar tarefas simples. Em muitos desses momentos ela mesma notava que algo não estava bem e ficava triste ou confusa. E essa é uma fase particularmente delicada, porque o paciente ainda tem momentos de lucidez e percebe suas perdas cognitivas, o que pode gerar angústia, vergonha, medo e até agressividade.

Com o tempo, aprendi que o modo como reagimos a esses primeiros sinais pode fazer toda a diferença para o bem-estar emocional do nosso familiar e para a qualidade da relação que construímos com ele ao longo da doença.

Por que os primeiros sintomas de demência são tão desafiadores?

Diferente das fases mais avançadas, os primeiros estágios da demência são marcados por flutuações cognitivas. O paciente tem lapsos de memória, desorientação leve e comportamentos inusitados, mas em outros momentos parece “normal”. Isso pode gerar dúvidas até dentro da família sobre o que está acontecendo. Além disso, o próprio paciente pode sentir culpa ou vergonha por não conseguir controlar essas mudanças.

Por isso, a questão da empatia empatia com primeiros sintomas da demência é tão importante. É a partir dessa empatia que podemos acolher e auxiliar um familiar ou amigo que precisa, além de remédios e monitoramento, de apoio psicológico e segurança.

Como lidar com os primeiros sintomas de demência?

A seguir, compartilho algumas orientações baseadas na minha experiência e nas recomendações de especialistas:

1. Nunca contradiga diretamente

Evite dizer “Isso não aconteceu”, “Você está esquecendo”, ou “Já falei isso mil vezes”. Essas frases, mesmo ditas com boa intenção, podem gerar frustração, vergonha e agressividade. Em vez disso, entre na história do paciente com empatia e vá conduzindo a conversa para uma resolução positiva.

Exemplo: Se ele disser que precisa buscar um filho na escola (mesmo que esse filho já seja adulto), você pode responder: “Tudo bem, daqui a pouco a gente resolve isso juntos. Vamos lanchar primeiro?”. Ou “Ah, desculpe, esqueci de te avisar, a diretora da escola ligou e os alunos da sala do José terão aula extra hoje. Perdão, foi falha minha não ter te avisado mais cedo.”

2. Acolha as emoções

Reconheça e valide os sentimentos. Se o paciente chorar ou expressar medo, diga: “Eu estou com você”, “Não se preocupe, vamos passar por isso juntos”. O acolhimento emocional e a empatia com primeiros sintomas da demência são fundamentais.

3. Não confronte alucinações ou delírios

Em fases iniciais, é comum que a pessoa acometida pela demência relate coisas que não estão acontecendo. Dizer “isso é mentira” ou “você está imaginando coisas” não ajuda. Em vez disso, redirecione a atenção com carinho e firmeza para outra atividade ou tema.

4. Mantenha uma rotina clara e previsível

A previsibilidade é confortante para quem está vivendo os primeiros sintomas de demência. Por isso, ter horários fixos, objetos no mesmo lugar, alimentação regular e atividades diárias ajudam a reduzir a confusão mental.

5. Anote comportamentos e leve ao médico

Registre mudanças de comportamento, frases repetitivas, esquecimentos e alterações de humor, e leve esse histórico para a consulta com neurologista ou psiquiatra. Isso pode acelerar o diagnóstico e a identificação da identificação da evolução das fases da demência.

Por exemplo, aqui em casa nós tínhamos no início um diário com foco especial no sono da minha mãe, e todas as semanas eu resumia os principais pontos e encaminhava para o neurologista.

6. Não negligencie a sua própria saúde emocional

A descoberta do diagnóstico também impacta profundamente os familiares e o cuidador. Busque apoio psicológico, grupos de apoio e momentos de autocuidado. Porque quanto mais estruturado emocionalmente você estiver, melhor será para o paciente também. Sobre isso, já falamos sobre importância da saúde mental do cuidado no post: Precisa de apoio? É importante olhar também para a saúde mental.

Lembre-se: você não está sozinho

Os primeiros sintomas da demência exigem informação, acolhimento e empatia. Dessa forma, estar atento aos sinais e agir com serenidade pode aliviar o sofrimento de todos os envolvidos. Aqui no blog Na Memória, você encontra apoio, troca de experiências e orientações para atravessar essa jornada com mais leveza e confiança.

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